Dados estatísticos
A segurança rodoviária é uma preocupação dos Estados Membros da União Europeia.
Apesar de existirem muitos feridos graves e vítimas mortais nas nossas estradas, o número de acidentes de viação tem vindo a diminuir nos últimos anos.
Vejamos por exemplo, o ano de 2007, em que morreram, de acordo com dados provisórios apresentados pelas entidades responsáveis, em Portugal continental, cerca de 858 pessoas em resultado de acidentes de viação, tendo-se registado ainda 3090 feridos graves e 42.631 feridos ligeiros.
Embora o número de automóveis a circular nas estradas portuguesas esteja a aumentar, bem como o número de condutores, a realidade é que houve um crescimento médio anual de 4,2 % na redução de sinistralidade.
Alguns dos comportamentos de risco que poderão provocar este número de vítimas mortais são velocidades muito elevadas, manobras perigosas, o consumo de álcool e outras substâncias, utilização do telemóvel durante a condução, etc.
O público anuncia que existem menos 15,8% de mortes nas estradas em 2012. A queda no número de vítimas mortais de acidentes de viação é uma das maiores de sempre, diz a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. Em 2012 morreram 580 pessoas nas estradas portuguesas, menos 109 do que no ano anterior, o que significa, como já foi referido, uma redução de 15,8% relativamente ao ano anterior. Estes números, ainda provisórios, foram divulgados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que sublinha que o número de feridos graves em acidentes de viação baixou para 2.033 (menos 16,5%) e o de feridos ligeiros para 35.727 (menos 10,1%).
Segundo a ANSR, no ano passado ocorreram, em média, dois mortos e seis feridos graves por dia, menos de metade do que o verificado em 2003, em que se registaram aproximadamente quatro mortos e 13 feridos graves por dia. “Na última década, e tendo por base os valores registados em 2003, pode concluir-se que foram salvas 4.748 vidas e se evitaram 15.004 feridos graves e 70.735 feridos ligeiros”. Os dados da sinistralidade registada no ano passado incorporam números dos Boletins Estatísticos de Acidentes de Viação, que permitem caracterizar as circunstâncias em que ocorrem os acidentes e os utentes envolvidos, até Setembro passado e elementos das chamadas ANTENAS (um dos dois instrumentos de notação em que se baseiam as estatísticas da sinistralidade rodoviária), que apenas contêm informação sobre o número total de acidentes e vítimas registadas por distrito.
Apenas em Março é que serão divulgados os resultados definitivos, mas estes ainda não incluirão os mortos a 30 dias, que só serão publicados em Setembro. Estes dados incluem as vítimas cujo óbito ocorra no local do acidente ou durante o percurso até à unidade de saúde, mas também as que ocorrem nos 30 dias seguintes ao acidente. Esta contabilidade, realizada na maioria dos países da União Europeia, está a ser feita em Portugal apenas desde 2010. Nesse ano o total de mortes nas estradas chegou às 937, mais 196 do que as inicialmente contabilizadas. Até Abril do ano passado, segundo os últimos dados disponíveis, tinham morrido na sequência de acidentes de viação 220 pessoas, mais 51 pessoas do que as registadas no local do acidente ou durante o percurso até à unidade de saúde.
A Lusa afirma que, na última década, o número de vítimas mortais e de feridos graves, desceu desde 2002. Cerca de 700 pessoas morreram em acidentes de viação nas estradas portuguesas em 2011, menos 7% em relação a 2010, um valor atingido apenas em 1960, segundo o balanço provisório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Desde 1960 que o número de vítimas mortais registado nas estradas portuguesas não era inferior a 700. No entanto, refere a ASNR, naquela altura, o parque automóvel em circulação correspondia a cerca de 212.000 automóveis ligeiros e pesados, contra um valor aproximado de seis milhões de veículos em 2010.
No ano de 2011 registaram-se 690 mortos, 2.416 feridos graves e 39.215 feridos ligeiros. Em relação a 2010, observou-se uma redução de 51 vítimas mortais (-6,9%), 221 feridos graves (-8,4%) e 4709 feridos leves (-10,7%).
Se atendermos ao número de vítimas mortais por distrito, verificamos que este número é maior em Évora, Beja e Viseu, o inverso regista-se em Lisboa, Aveiro e Porto que apresentam reduções acentuadas relativamente ao ano anterior. Na última década, o número de vítimas mortais e de feridos graves tem vindo a decrescer desde 2002, embora não tanto nos últimos anos.
Entre 2002 e 2011 registou-se uma diminuição de 53% mortos e de 49% feridos graves.
"Estas reduções significam que nos últimos dez anos se pouparam 4.988 vidas e se evitaram 13.437 feridos graves, o que permite concluir que o balanço, embora provisório, é positivo", afirma a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
As estatísticas da sinistralidade rodoviária baseiam-se em dois instrumentos de notação, que são preenchidos pelas entidades fiscalizadoras (GNR e PSP) quando têm conhecimento da ocorrência de um acidente: as ANTENAS (apenas contêm informação sobre o número total de acidentes e vítimas registados por distritos) e os Boletins Estatísticos de Acidentes de Viação (BEAV's).
A TVI anuncia também que cerca de 20% dos acidentes ocorrem devido à má sinalização e que os custos económicos e sociais dos acidentes de viação rondam os 2,5 mil milhões de euros por ano.
Esta notícia da TVI refere ainda que A Associação Portuguesa de Sinalização e Segurança Rodoviária (AFESP) defendeu que é urgente investir na sinalização das estradas nacionais uma vez que os condutores estão a “fugir” às portagens das autoestradas.
A secretária-geral da AFESP, Ana Raposo, alerta para “o urgente investimento em sinalização nas estradas nacionais”, já que estas vias são as que estão em pior estado de conservação e se prevê um aumento da sinistralidade com a transferência de circulação automóvel das autoestradas e antigas SCUT.
Segundo a secretária-geral da AFESP, não há qualquer tipo de investimento na sinalização, designadamente no que diz respeito às estradas nacionais que neste momento estão “a filtrar uma elevada percentagem de circulação, tendo em conta que as pessoas estão a fugir às autoestradas e às SCUT por causa das portagens”.
Ana Raposo considerou que “os decisores públicos nunca tiveram a sensibilidade necessária para perceber que a sinalização é essencial para a segurança rodoviária”, destacando que é “uma medida de baixo custo e de fácil implementação e com um retorno imediato para o Estado”.
“Em momento de crise, em que é absolutamente necessário ponderar a relação de custo/benefício, deve-se adotar medidas no que diz respeito à colocação de marcação rodoviária e substituição da sinalização”, afirmou, explicando que encargos diminutos podem originar “fortes vantagens para a diminuição da sinistralidade”.
O estudo feito pelos investigadores da Universidade Autónoma de Lisboa, Arlindo Donário e Ricardo Santos, "o custo económico e social dos acidentes de viação em Portugal", concluiu que os desastres rodoviários custaram, em média, entre 1996 e 2010, cerca de 2.500 milhões de euros por ano, ou seja, cerca de 1,54%, em média, do Produto Interno Bruto (PIB) português de 2010.
O estudo, Encomendado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), divulgado em Abril de 2012, anuncia também que o custo económico e social anual médio por acidente com vítimas, entre mortos e feridos, ronda os 60 mil euros.
Com a introdução de portagens nas SCUT, 40 % do tráfego foi desviado para as antigas estradas nacionais.
Apesar disso, o investimento em sinais, semáforos, pintura de passadeiras e guardas de segurança para motociclistas desceu relativamente ao previsto.
A Estradas de Portugal executou apenas 10% do orçamento que o seu próprio diretor de segurança rodoviária apresentou publicamente, afirma também a TVI.
«O investimento realizado em 2010 e 2011 foi insignificante. Nós estávamos na expectativa de que houvesse um plano na onda dos 33 milhões de euros, isso não veio a ocorrer. O investimento ronda apenas os três milhões de euros. Dez por cento, portanto», refere Ana Raposo, da Associação Portuguesa Sinalização e Segurança.
A empresa responsável pela rede de estradas do estado foi contactada pela TVI e relativiza o investimento anunciado, referindo que:
«O valor de 33,6 milhões de euros, retirado de um texto produzido pelo responsável da área de segurança da estradas de Portugal era uma estimativa orçamental».
«A dotação do Plano de Segurança Rodoviária para 2011 foi de 15 milhões e não os 33,6 milhões referidos».
A AutoMotor pública uma notícia em que, segundo um estudo desenvolvido pela Associação Portuguesa de sinalização Rodoviária (AFESP), em 18 distritos do país, verificou-se que cerca de metade das marcas rodoviárias apresentam valores de retro-reflexão inferiores aos mínimos exigidos, tornando-se “invisíveis” aos olhos dos condutores. O problema é que 75% destas marcas rodoviárias não cumpre com eficácia a sua função de orientação dos automobilistas, sendo que 44% destas falha no seu papel, durante o período noturno ou em situações climatéricas adversas, como por exemplo a chuva – apenas 15% apresentam valores próximos dos mínimos exigíveis...
Ana Raposo, secretária-geral da AFESP, referiu que “20% a 30% da sinistralidade resulta da má ou inadequada sinalização. Apesar de a maior parte dos acidentes se ficar a dever ao fator humano, não é menos verdade que os nossos comportamentos em estrada são condicionados pelo meio envolvente. Há um número enorme de estradas, avenidas e ruas cuja sinalização é divergente, contraditória e errónea, o que também leva, muitas vezes, a demover os utentes da sua observação, por já não valer a pena atribuir-lhe qualquer importância”. Ana Raposo adianta ainda que “A manutenção da sinalização é a única medida de fácil e rápida execução e com menores custos, face aos custos totais de uma obra em infra estrutura rodoviária. E é a única medida de retorno imediato ao nível da redução significativa da sinistralidade que depende deste fator e do aumento eficaz da segurança na estrada e nas zonas urbanas. Por isso, não devemos poupar esforços, mas sim vidas, na implementação desta medida, porque cada sinal e marca rodoviária pode fazer a diferença”.
Publicado por Inês Gonçalves