Falta de manutenção da sinalização nas estradas é um "perigo"

15-03-2013 11:34

Em cada cinco acidentes rodoviários, um é provocado por má sinalização.

A falta de manutenção da sinalização nas estradas portuguesas, é um “perigo”, alerta a Associação Portuguesa de Sinalização e Segurança Rodoviária (Afesp). No Dia Europeu de Segurança Rodoviária a organização pretende chamar a atenção para a necessidade de se “melhorar as infra-estruturas rodoviárias, recorrendo não só à implementação de sinalização em locais onde é ainda inexistente e à conservação da sinalização horizontal e vertical”, adianta em comunicado.

A iniciativa é impulsionada pelo estado actual da sinalização nas estradas portuguesas, que proporciona um aumento da sinistralidade e uma condução mais perigosa, e pelo facto de, na União Europeia, existir ainda um número bastante elevado de sinistralidade. Por ano, morrem 43.000 pessoas na estrada e 1,7 milhões ficam feridas, na sequência de 1,3 milhões de acidentes.

Segundo a associação, “a crise financeira que o país atravessa actualmente levou a um abrandamento gradual e suspensão das obras públicas, diminuindo a manutenção e conservação da sinalização e estado das estradas nacionais”. E acrescenta que esta situação aumentará a sinistralidade, sendo a sinalização a “única medida política e económica de baixo custo para manter níveis razoáveis de segurança rodoviária”. “Mesmo com estradas e arruamentos degradados as marcas rodoviárias fazem a diferença”, adianta.

Esta entidade explica ainda que “a sinalização é uma das componentes rodoviárias que menor investimento requer na prevenção rodoviária e que regista um maior retorno a nível da sinistralidade”, acrescentando que podem ser evitados entre 20 a 30 por cento dos acidentes nas estradas, se existir uma “correcta aplicação de práticas de sinalização”.

“A redução da sinistralidade é um reflexo directo da boa visibilidade e coerência dos sinais pelo que devemos apostar na sua conservação e adequado desempenho, enquanto medidas de baixo custo, com uma rápida execução e de efeitos imediatos, que garantem ao Estado um retorno a curto prazo”, adianta Ana Raposo, secretária-Geral da associação, citada no comunicado.

Segundo um estudo realizado há um ano pela Afesp sobre sinalização horizontal, cerca de metade das marcas rodoviárias têm “valores de retro reflexão abaixo do mínimo exigido”, criando uma “sinalização imperceptível para os condutores”, e 75 por cento das marcas “não cumpre com eficácia o seu papel de orientação dos condutores”.

 

Publicado por Adriana Duarte